sexta-feira, 5 de junho de 2009

O objeto da Diplomática Contemporânea

De acordo com Belloto, "a diplomática, por definição, ocupa-se da estrutura formal dos atos escritos de origem governamental e/ou notarial". Todavia, nas palavras da professora, há de se notar "o quadro simplista e redutor com que ela vinha sendo entendida desde seus primórdios até quase os nossos dias, apenas como um instrumento de fundo paleográfico, historiográfico e jurídico, apto a fornecer a descrição e a explicação da estrutura formal dos atos escritos, sua autenticidade e sua fidedignidade."

Assim, nas palavras de Ana Célia Rodrigues, nos primeiro anos da década de 80, assiste-se a "uma revisão da diplomática, cuja base teórico-metodológica passou a ser utilizada para a compreensão dos documentos contemporâneos, aplicadas aos programas de gestão de documentos."

Neste sentido, portanto, há a ampliação da diplomática em direção ao documento de arquivo e à sua contextualização nas atividades, funções e competências dos organismos que o produziram e/ou acumularam, dando origem a uma nova visão da diplomática e seus estudos. Surgem, assim, as expressões Diplomática Contemporânea, também denominada Diplomática Arquivística ou Tipologia Documental.

Desta forma, afirma Belloto, "A Tipologia Documental é a ampliação da Diplomática em direção à gênese documental, perseguindo a contextualização nas atribuições, competências, funções e atividades da entidade geradora/acumuladora."

Assim, enquanto o objeto da Diplomática está voltado à estrutura formal do documento e de seus caracteres para atingir a autenticidade, a Tipologia volta-se ao estudo do documento enquanto componente dos conjuntos orgânicos, isto é, o documento em razão das funções e atividades que o deram origem.

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